Escova de Carbocisteina e Ácido Glioxílico - Saiba como funciona
- João Alberto Assumpção de Campos
- 27 de mar. de 2017
- 4 min de leitura
Das técnicas que surgiram para alisar os cabelos, a mais polêmica é a que faz uso do formol. Tanto que a legislação limita sua concentração em 0,2%, com esta baixa concentração ele (formol) não alisa tendo apenas a função de conservar. Esta medida foi tomada por conta dos riscos que pode oferecer a saúde dos cabeleireiros e clientes.
A partir daí muitas empresas se empenharam em desenvolver produtos que satisfizessem o desejo das clientes por um cabelo mais liso ou com redução do volume e frizz, mas de forma segura, sem odor desagradável e de preferência que tratassem os fios.
Atualmente dois ativos vem sendo utilizados nas fórmulas de produtos alisantes, que podem ser misturados, mas exercem funções diferentes quando aplicados a fibra capilar.
Os produtos de alisamento que contém estes ativos são hoje comumente chamados de:
ESCOVA DE CARBOCISTEÍNA "E" ÁCIDO GLIOXÍLICO
Por que o "e"?
Para se obter os resultados desejados estes dois ativos tem que trabalhar em conjunto.
Saiba o que são e como agem estes ativos:
Primeiramente vamos falar da CARBOCISTEÍNA (Glyoxyloyl Carbocysteine (and) Glyoxyoyl Keratin Amino Acids (and) Water:
A Carbocisteína pertence a família das Oxoacetamidas, e possui a função hidratante, condicionadora e restruturadora. É derivada do aminoácido L-cisteína (que é um derivado da cisteína um dos aminoácidos que compõem a queratina) - devido a sua "alta bioafinidade" com a queratina tem a função de reparar as fibras penetrando no córtex formando ligações fundamentais para reforçar a estrutura dos cabelos.
Mas não atua sozinha, "não alisa", é necessária a combinação de uma cadeia de aminoácidos e agentes de retenção de molécula de água
Parece claro que a carbocisteína por si só não alisa, mas precisa de um outro agente químico para desfazer (oxidar) as ligações de cistina (que dá forma aos fios). Este outro agente é o ácido glioxílico.
Agora vamos conhecer um pouco sobre o ÁCIDO GLIOXÍLICO ou ÁCIDO FORMILFÓRMICO :
O ácido glioxílico ocorre na maioria das plantas e microrganismos, mas não em animais superiores. Na indústria farmacêutica é utilizado como agente mucolítico na fabricação de medicamentos como xaropes e expectorantes.
Embora seja o mais simples dos ácidos-aldeídos tem um pH alto, quando aplicado no cabelo.
Devido ao seu baixo peso molecular e seu pH tem facilidade em dilatar as cutículas agindo no interior do fio permitindo assim a entrada do ativo alisante. Ele provoca a quebra das "pontes de enxofre" ou pontes salinas que são responsáveis pela resistência e forma dos fios:

CONCLUINDO: O Ácido Glioxílico é o responsável por mexer com a estrutura dos fios, permitindo assim sua modelagem. E a Carbocisteína pela reestruturação, hidratação e condicionamento dos mesmos. Assim sendo o uso dos dois agentes em conjunto, proporciona uma melhor resultado, tanto no alisamento com também prevenindo maiores danos aos cabelos.
LEMBRE-SE SEMPRE:
Fazer o teste de mecha com uma semana de antecedência, por ser química que desestrutura ou reestrutura lentamente, pode passar no teste hoje e daqui a dois dias apresentar incompatibilidade e começa a quebrar.
Quanto à incompatibilidade com outros produtos de alisamento ou coloração, ainda não se tem informação, mas deve-se cuidar com relação aos produtos que contenham metais (henne, henna etc...). Sempre devemos ter a atenção redobrada quando falamos em produtos químicos e fizer sempre um bom diagnostico.
Conversar sempre sobre existências de problemas, queda dos fios, couro cabeludo sensível, alergias ou dermatites.
O que diz a ANVISA:
Quanto a ANVISA os dois ativos são considerados GRAU 1 que são cosméticos destinados a proteção e tratamento dos fios que levam a denominação de shampoos, condicionadores, defrisantes.
Para adquirir GRAU 2 os produtos tem que ter a capacidade de transformar a estrutura capilar, mas para isso muitas pesquisas ainda precisam ser feitas.
(Como podemos observar existe uma certa incompatibilidade no que diz a ANVISA pois a nosso ver o que estes produtos promovem é uma transformação, ou não?)
Vamos agora a grande polemica:
O ÁCIDO GLIOXÍLICO PREJUDICA OS CABELOS?
ELE VIRA FORMOL QUANDO AQUECIDO? Como se tem veiculado?
Primeiramente o Ácido Glioxílico é aprovado no exterior, nos EUA pela FDA - Food Safety Laws e na Europa pela EMEA - European Medicines Agency. Aqui no Brasil alguns veiculos e profissionais de confiança se posicionam a favor sobre sua utilização.
De qualquer forma Ácido Glioxílico NÃO é formol!!! Podendo se transformar em formol sob condições específicas de temperatura e pressão. É necessária uma alta temperatura de mais de 500ºC e vácuo para se transformar em fomaldeidos.
De qualquer maneira não existe chapinha que alcance esta temperatura.
Devido a esta polemica uma grande empresa do ramo de cosméticos e também possuidora de grande prestígio sendo também responsável por ter criado (a primeira no Brasil e no mundo) redutora de volume a usar o ácido glioxílico em 2009, Veio a público se defender das matérias tendenciosas veiculadas sem respaldo técnico. Montando um dossiê completíssimo onde a conclusão foi que:
"Não existe nenhuma evidência científica de que o ácido glioxílico seja prejudicial a saúde quando utilizado para alisar os cabelos (Só quando utilizado para alisar os cabelos).
O dossiê em questão foi desenvolvido com a ajuda do Dr. Adriano S. Pinheiro, Bacharel em Química Tecnológica pela UFSCAR - Universidade Federal de São Carlos e Especialista em Ciência do Cabelo Humano com 18 anos de experiência e trabalhos publicados em revistas especializadas no mundo. (Este estudo esta disponível na internet podendo ser acessado facilmente)
Saiba mais:

Entenda o por que da reportagem da Rede Globo sobre o ácido glioxílico:
Veja também a nota de esclarecimento da Inoar a respeito da matéria veiculada no Fantástico em 2013: www.facebook.com/notes/inoar-brasil/nota-de-esclarecimento-ao-público/444331052340355
Quer saber sobre fisiologia dos cabelos Clique Aqui e veja esta matéria publicada no site Cosmetics Online com os especialistas citados abaixo:
Por Adriano S Pinheiro, Diogo Terci, Francini Picon, Viviane Albarici - Kosmoscience, Valinhos SP, Brasil / Valeria Longo - Depto. de Química, Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR, São Carlos SP, Brasil
Morfologia e Macroestrutura Molécula
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Processos de Oxidação no Cabelo
Efeito pH
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Interação: Cabelo e Outras Subtências
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